2 Coríntios 12. Travas de proteção.

•  “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.” (2Co 12:7-9 RA)

            Alguns equipamentos elétricos, eletrônicos e até mecânicos, tem em sua estrutura de funcionamento algum dispositivo que serve de proteção perante excessos de carga e/ou esforços. Estes protetores, quando percebem o risco iminente disparam, desligando o equipamento e assim impedem que danos aconteçam e gerem maiores e até irreparáveis prejuízos.

            O Apóstolo Paulo teve experiências espirituais tão amplas e profundas que lhe proporcionaram acesso a realidades espirituais diferenciadas, capazes de por em risco sua relação com Deus, consigo e com as outras pessoas:

• “Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.” (2Co 12:2-4 RA)
• “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim...” (1Co 11:23-24 RA)
• “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo. Faço vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem, porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo.” (Gl 1:10-12 RA)

           As experiências com Deus eram tão sublimes, que chegavam a deixar Paulo em risco, visto que o diabo poderia armar laços, armadilhas e ciladas, instigando a natureza pecaminosa e o ego do apóstolo poderia se inflar, se orgulhar e naufragar no mar da vaidade, onde perderia a bênção e a presença de Deus. Para evitar que tal tragédia acontecesse, o Senhor colocou travas espirituais e circunstanciais que manteriam o apóstolo quebrantado e humildade perente Deus, perante si e perante os homens:

• “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.” (2Co 12:7-9 RA)
• “Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez. Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame?” (2Co 11:24-29 RA)

           Observando sob esta perspectiva de proteção, percebemos que o Senhor não deixou que Paulo tivesse todos os dons e desenvoltura que desejava para protegê-lo, pois se tivesse tudo que aspirava, achar-se-ia auto suficiente, melhor do que os outros irmãos e terminaria apartando-se da consciência de graça e misericórdia que o sustentava:

• “As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca, e a palavra, desprezível.” (2Co 10:10 RA)
• “Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra. Mas os nossos membros nobres não têm necessidade disso. Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha, para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam.” (1Co 12:21-26 RA)

            De posse destas informações, talvez entendamos algumas das nossas lutas e sofrimentos, e assim, compreendamos porque sempre existe algo a ser mantido sob oração e vigília. Estes "espinhos na carne" nos esbofeteiam e terminam nos ajudando a não mergulhamos no poço da soberba, altivez e orgulho. Por isso, por amor a nós, o Senhor permitirá que sempre haja algo que nos faça permanecer humildes e quebrantados, precisando de Dele e dos homens. 

• “E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.” (2Co 12:7-10 RA)

          Então, diante de suas fraquezas, limitações, dores, sofrimentos, escassez e coisas do gênero, procure crer que Deus está lhe poupando de problemas maiores, estes “espinhos na carne, mensageiros de satanás” terminam lhe protegendo de prejuízos maiores, pois se não existissem como travas de segurança a muito você e eu teríamos nos perdido, embriagados com o orgulho gerado pelo sucesso em algumas áreas de nossa vida.