- “Que preferis? Irei a vós outros com vara ou com amor e espírito de mansidão?” (1Co 4:21 RA)
Pastorear é um desafio ministerial acima do que muitos pensam, visto que é baseado em princípios e não em modelos. Cabe ao pastor atender as expectativas e orientações do dono do rebanho (Deus), cuidar do rebanho como coletividade e das necessidades de cada ovelha, posto que cada rebanho e ovelha requerem tratamentos específicos, por serem diferentes. Os rebanhos precisam de alimento saudável (ensino correto), direcionamento (orientações), proteção, cuidados de várias espécies e cabe ao pastor as vezes se virar em mil para dar conta de tudo.
Mas também existe a realidade das ovelhas, pois no rebanho encontram-se algumas mansas, outras rebeldes, as mimadas, as ariscas, as obedientes, as desobedientes, as que influenciam as outras para andarem no
caminho certo e as que influenciam para o abismo. As que precisam ser resgatadas pelo
cajado, as que precisam ter as pernas quebradas pela vara, as que necessitam
ser carregadas nos braços por estarem doentes, as que precisam ser carregadas
nos braços por estarem com a perna quebrada, por terem sido disciplinadas pela
vara do pastor. As que estão com fome e sede, as que comeram o que não deveriam
e adoeceram, as que precisam ser tosquiadas e as que precisam ser sacrificadas.
Enfim, cada ovelha com sua realidade e ao
pastor cabe o desafiado de discernir como lidar com tantas diferenças ao mesmo
tempo.
A Igreja
de Corinto era um rebanho desafiador, pois continha ovelhas muito boas, mas
também aquelas que precisavam ser disciplinadas, confrontadas por carta, enfrentadas olho no olho e até as que deveriam ser expulsas. Além dos desafios litúrgicos e
ministeriais, pois estavam descaracterizando a comunidade cristã em relação as demais.
Além dos pecados exteriores, os coríntios eram um desafio ministerial nada fácil de ser enfrentado, visto que a soberba espiritual havia tomado o coração de alguns, levando-os a não serem pastoreáveis , fator este que torna tudo mais difícil.
Paulo, enquanto não podia ir pessoalmente a Corinto colocar as coisas no lugar, os pingos nos i´s, e restaurar a saúde comunitária e individual, precisou tomar algumas providências como:
- Orar constantemente pela igreja;
- Enviar cartas com medidas diretivas, mas também corretivas (3 ao menos, das quais duas
estão na Bíblia);
- Mandar Timóteo, fiel filho na fé, com o propósito de exortar e corrigir os rebeldes e
fortalecer os fiéis;
- Avisar que iria pessoalmente confrontar os rebeldes e colocá-los no devido lugar.
É importante ressaltar que “em espírito” Paulo sofria em dobro, primeiro por saber dos problemas, depois por não poder estar pessoalmente tratando deles, tendo assim um desgaste duplo. O interessante é que antes de concretizar esta última medida, que seria a mais dura, faz a pergunta: “Que preferis? Irei a vós outros com vara ou com amor e espírito de mansidão?” (1Co 4:21 RA)
Ele
estava dando a oportunidade aos irmãos de escolherem como queriam ser tratados,
com o cajado ou com a vara, pois uma coisa era certa, a igreja precisava
realinhar a fé e os procedimentos como o Evangelho do seu dono, o Senhor Jesus,
para quem Paulo trabalhava.
Você
e eu também somos ovelhas e precisamos decidir como queremos ser pastoreados.
Se formos boas ovelhas receberemos um tratamento e formos ovelhas más
receberemos outro tratamento. Uma certeza precisamos ter é que seremos
pastoreados conforme as orientações do dono do rebanho, pois é Ele quem escolhe
e estabelece pastores segundo seu coração.
Procuremos
ser boas ovelhas, caso contrário, além das dores causadas por nossas escolhas erradas,
teremos que sofrer as dores da disciplina, se é que não teremos que ser
removidos do rebanho, para o bem das outras ovelhas que conosco convivem, pois “uma
ovelha má põe um rebanho a perder” e é melhor perder uma ovelha do que sacrificar
todo o rebanho.