13 de jan. de 2025

Profetize para si.

  •  “O SENHOR enviou Natã a Davi. Chegando Natã a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. Tinha o rico ovelhas e gado em grande número; mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que em sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha. Vindo um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para o homem que lhe havia chegado. Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto. E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu. Então, disse Natã a Davi: Tu és o homem. Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul; dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu teria acrescentado tais e tais coisas. Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o que era mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada; e a sua mulher tomaste por mulher, depois de o matar com a espada dos filhos de Amom. Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher. Assim diz o SENHOR: Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol. Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante todo o Israel e perante o sol. Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás. Mas, posto que com isto deste motivo a que blasfemassem os inimigos do SENHOR, também o filho que te nasceu morrerá.” (2Sm 12:1-14 RA)

 

Falar, criticar, denunciar os pecados dos outros nem sempre revela que estamos em comunhão com Deus, visto que por vezes usamos esta estratégia para desviar o olhar das pessoas para outrem e assim nos “safarmos” das observações, críticas e denúncias.

Poderíamos denominar esta prática de “MALANDRAGEM PROFÉTICA”, pois profetizamos para os outros, mas permanecemos em nossos pecados. Esta prática embora obtenha “bons resultados parciais” perante os homens, pois um dia, toda verdade vem à tona, é um fracasso permanente e total perante Deus, pois Ele não se deixa ludibriar por nossos argumentos falaciosos e maliciosos, por isso executará juízo ainda maior.

            Porém ser profeta para si é um desafio enorme, pois nos colocará na vitrine, no centro das análises, críticas e denúncias, deixando em evidência nossos pecados e incoerências, mostrando que antes de todos precisamos mudar e que sem Deus somos eternos fracassados.

            Profetizar para nós mesmos nos levará ao autoexame, ao chorar por nossos próprios pecados, a autodisciplina, a renúncia, a busca por mudanças pessoais, antes das mudanças estruturais, comunitárias, coletivas.

            Veja a histórias de Isaías (tenho lábios impuros), Jeremias (não passo de uma criança), João Batista ( sou a voz do que clama no deserto), Paulo (desventurado homem que sou), Pedro (aparta-te de mim pois sou pecador). Este homens se examinaram e disseram, “EU NÃO TENHO CONDIÇÕES POR ISSO E AQUILO”.

            Com isso não quero dizer que devemos nos omitir e denunciar os pecados do mundo e da nossa geração, mas, antes devemos denunciar nossos próprios pecados, pois se há necessidade de alguma mudança significativa acontecer que seja em mim, antes de ser através de mim.

          Se compararmos a dor do profetizar para os outros, com a do profetizar para si mesmo, a segunda é maior do que a primeira, pois a autodenúncia requererá autocrucificação, admissão de fracasso, renúncia, exposição pessoal, busca por mudanças.

         O mundo será melhor se cada um de nós mudarmos, independentemente do outro, mas para isso precisamos ser 

  • “Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas.” (Rm 2:1 RA)
  • “Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster.” (Rm 14:4 RA)
  •   “Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.” (Rm 14:10 RA)
  •  “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e, assim, coma do pão, e beba do cálice; pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.” (1Co 11:28-32 RA)
  • “Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados. Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los e voltemos para o SENHOR. Levantemos o coração, juntamente com as mãos, para Deus nos céus, dizendo:” (Lm 3:39-41 RA)
  • “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7:18-24 RA)
  • “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” (Tg 5:16 RA)
  •  “Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador.” (Lc 5:8 RA)
  • “Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.” (Lc 18:10-14 RA)
  • “Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do irmão ou julga a seu irmão fala mal da lei e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz. Um só é Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e fazer perecer; tu, porém, quem és, que julgas o próximo?” (Tg 4:11-12 RA)

 

 

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