Ezequiel 16. Tema: Quando Jerusalém foi pior que Samaria e Sodoma.

•  “E tua irmã, a maior, é Samaria, que habita à tua esquerda com suas filhas; e a tua irmã, a menor, que habita à tua mão direita, é Sodoma e suas filhas. Todavia, não só andaste nos seus caminhos, nem só fizeste segundo as suas abominações; mas, como se isto fora mui pouco, ainda te corrompeste mais do que elas, em todos os teus caminhos.” (Ez 16:46-47 RA)

 

            Quando uma pessoa que andava na presença de Deus se desvia ou apostata, sua maldade ultrapassa a daqueles que nunca serviram ao Senhor, pois seus comportamentos geram escândalo, blasfêmias e zombarias, por isso, suas condições são piores do que as daqueles que nunca serviram ao Eterno.

• “Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; que conheces a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei; que estás persuadido de que és guia dos cegos, luz dos que se encontram em trevas, instrutor de ignorantes, mestre de crianças, tendo na lei a forma da sabedoria e da verdade; tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Dizes que não se deve cometer adultério e o cometes? Abominas os ídolos e lhes roubas os templos? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa.” (Rm 2:17-24 RA)

            Ezequiel fala duramente contra Jerusalém e compara-a a Samaria e Sodoma,  mostrando como foi o processo de redenção e exaltação daquela cidade por parte do Senhor, pois foi amada, acolhida, limpa, enfeitada, promovida e optou por deixar seu Redentor e portar-se  como uma mulher adúltera que é pior do que uma prostituta. Sodoma e Samaria não tinham tido tais privilégios, por isso Jerusalém era pior do que suas vizinhas. 

            O Senhor faz questão de deixar claro todo o processo de exaltação e queda de Jerusalém, pois o tempo pode nos levar a uma amnésia seletiva, onde só esquecemos do que nos interessa esquecer num determinado momento, por isso, alguém tem que nos fazer lembrar algumas realidades, pois cobras não mudam de natureza, por mudarem de pele (ecdise). Não basta a pessoa dizer o que fará de certo a partir de agora, se antes não assumir o que fez de errado ontem. Tem que haver genuíno arrependimento, antes de um reinício de jornada.

• “Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão; porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.” (Mt 3:7-10 RA)

            O maravilhoso é que no final do capítulo, o Senhor revela que haverá possibilidade de conserto se Jerusalém de fato se arrepender, o que infelizmente não aconteceu, pois a cidade amava o pecado.

• “Mas eu me lembrarei da aliança que fiz contigo nos dias da tua mocidade e estabelecerei contigo uma aliança eterna. Então, te lembrarás dos teus caminhos e te envergonharás quando receberes as tuas irmãs, tanto as mais velhas como as mais novas, e tas darei por filhas, mas não pela tua aliança. Estabelecerei a minha aliança contigo, e saberás que eu sou o SENHOR, para que te lembres e te envergonhes, e nunca mais fale a tua boca soberbamente, por causa do teu opróbrio, quando eu te houver perdoado tudo quanto fizeste, diz o SENHOR Deus.” (Ez 16:60-63 RA)

          Tenhamos cuidado para não sermos incluídos no provérbio, “ O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal.” (2Pe 2:22 b), pois um desviado, ou apóstata, é pior do que um ateu ou satanista. Também não traga para perto, quem um dia Deus levou para longe, a não ser que demonstre frutos de arrependimento.

          Aproveitemos as oportunidades e ofereçamos oportunidades, mas nunca quebrando os processos estabelecidos por Deus. O Senhor amava Jerusalém, mas isso não O fez alargar a porta e nem ampliar o caminho. Jerusalém precisava se arrepender para poder ser restaurada e isso infelizmente não aconteceu, por isso vieram as dores do cativeiro. Não traga de volta e nem dê novo acesso a quem foi embora, sem que esta pessoa revele arrependimento e vergonha por ter ido e pelo que fez, pois tornará a ir e fazer o que fez, basta o tempo passar e a natureza pecaminosa aflorará.