- “Ao cabo de doze meses, passeando sobre o palácio real da
cidade de Babilônia, falou o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu
edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para glória da minha
majestade? Falava ainda o rei quando desceu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei
Nabucodonosor: Já passou de ti o reino. Serás expulso de entre os homens, e a
tua morada será com os animais do campo; e far-te-ão comer ervas como os bois,
e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que aprendas que o Altíssimo tem
domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer.” (Dn 4:29-32 RA)
O
sucesso, a riqueza, as conquistas, o reconhecimento, os aplausos, a
notoriedade, as virtudes, as inteligências, são ambições humanas que nos tiram
da inércia, do comodismo, do mesmismo. A princípio isso é bom, porem a natureza
pecaminosa que existe dentro de nós pode transformar essas
virtudes em defeitos e esse sucesso em fracasso.
Por
sermos pecadores, precisamos estar vigilantes e em oração, para que não
entremos em tentação e venhamos a nos arruinar depois de tanto conquistar. As
motivações para estudar, trabalhar, avançar, podem ser positivas e nos levar a atingirmos o que desejamos, contudo devemos nos manter sóbrios, pois a
vaidade, o orgulho, a prepotência, são pecados capazes de se introduzir em nossa
alma e servir de “cascas de banana em um
piso de porcelanato”, levando-nos a grandes e irreparáveis tombos e sequelas.
Nabucodonosor
veio a ser o homem mais poderoso dos seus dias e isso não é ruim, pois Deus o fez prosperar, contudo, o "poderoso rei" esqueceu que sua ascensão era uma concessão do Rei dos reis, por isso veio a afundar em um mar de lama e escuridão, pois largou a mão do Deus que o ergueu e apegou-se a vaidade que encheu seu coração, tornando-o semelhante a um animal
que pastava nos campos.
A experiência
de Nabucodonosor nos ensina a ter cuidado com o orgulho e a vaidade gerados pelo
sucesso e conquistas, pois “Quanto maior o sucesso,
maior pode ser a queda”. Nada nos torna mais vulneráveis do que as alturas,
pois nos tornamos mais facilmente atingíveis pelos terríveis dardos
inflamados do maligno.
É bom crescer, prosperar e conquistar, mas se não guardarmos o coração essas benesses podem nos arruinar,
como já aconteceu com muitos, inclusive anjos.
“Como caíste do céu, ó estrela da
manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as
nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus
exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades
do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.
Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do
abismo.” (Is 14:12-15 RA)
“Tu eras querubim da guarda
ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das
pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste
criado até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se
encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado,
fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao
brilho das pedras. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura,
corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra,
diante dos reis te pus, para que te contemplem. Pela multidão das tuas iniquidades,
pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz
sair do meio de ti um fogo, que te consumiu, e te reduzi a cinzas sobre a
terra, aos olhos de todos os que te contemplam.” (Ez 28:14-18 RA)
Até com nossa santificação devemos
ter cuidado, pois pode nos separar de Deus, se passarmos a a pensar que
somos melhores que os outros.
“Propôs também esta parábola a
alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os
outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o
outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta
forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores,
injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por
semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe,
não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó
Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua
casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se
humilha será exaltado.” (Lc 18:9-14 RA)
Isso não significa que devamos
ter medo de crescer, prosperar, nos santificar, etc., mas que, faz-se
necessário estarmos atentos para que o orgulho, a vaidade, a prepotência, a jactância, a altivez de espírito, não sejam como joio que cresce junto ao trigo, pois isso nos arruinará.
Está tudo bem? Dê graças a Deus!
Tem prosperado? Agradeça ao Senhor! Tem conquistado? Atribua a Ele, essas
conquistas!! Afinal, longe Dele quem prosperará e permanecerá? Tudo de bom vem
Dele e para Ele deve voltar. Ele é a fonte, mas também o grande oceano, para onde
todas as águas devem correr, "pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.” (At 17:28 RA)
Não deixe que o pecado em suas diversas formas venha lhe
levar a perder tudo que com temor a Deus veio a conquistar!! Glorifique a
Deus !! Exalte-O!! Testemunhe sempre afirmando: "Todas as minhas fontes são em
Deus!!" A Ele seja a glória para sempre. Amém!!
Lembre-se:
- “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” (Tg 1:17 RA)