Em nenhum momento, a Bíblia nega a existência e a contemporaneidade do dom de línguas, e uma prova disto, é que encontramos uma série princípios orientadores quanto a maneira que devemos utilizá-lo em nossa vida devocional pessoal e na vida devocional da igreja. Vejamos o que nos diz a Palavra de Deus sobre este dom e seu bom uso examinando os capítulos 12,13 e 14 da primeira carta aos Coríntios:
1. Existem línguas de homens e de anjos (1Co 13:1);
2. A existência e o uso do dom de línguas, deve acontecer embasado no amor, caso contrário as palavras não terão significado e significância (1 Co 13:2);
3. Existe uma variedade de línguas naturais e sobrenaturais, isto é de homens e de anjos (1 Co 12: 10)
4. Toda língua tem significado (1Co 14:10);
5. Existem pessoas que tem o dom de interpretação das línguas (1 C0 12:10);
6. Quem tem o dom de línguas, pode pedir a Deus a capacidade de interpretá-las (1 Co 14:13);
7. Em uma manifestação soberana de Deus, o dom de línguas pode ser dado a muitas pessoas simultaneamente, assim como, muitos podem entendê-las (At 2:1-11);
8. Sempre existirão os que creem e os que descreem, os que acolhem e os que rejeitam, os que ficam admirados e os que zombam. Não espere unanimidade sobre este tema (At 2: 12,13);
9. Deus concede o dom de línguas a quem quer, quando quer e como quer (At 10: 44-46);
10. O dom de línguas pode ser recebido também através da imposição de mãos (At 19:6);
11. O dom de línguas, assim como os outros dons, deixará de existir quando estivermos para sempre na presença de Deus na eternidade (1Co 13:8-10);
12. Ao falar em línguas, falamos prioritariamente com Deus, e não com os homens (1 Co 14:2);
13. A princípio, o propósito do dom de línguas é a edificação espiritual daquele que o possui (1 Co 14:4);
14. Por ser um dom de edificação pessoal, o dom de línguas é de menor importância do que o de profecia durante o culto comunitário, exceto se houver intérprete, pois havendo, a igreja também será edificada (1 Co 14:5);
15. O uso do dom de línguas só é relevante para o culto comunitário se manifestar revelação, ciência, profecia ou doutrina, por meio da interpretação (1 Co 14:6);
16. Falar em línguas para o público, sem que haja interpretação, assemelha-se a falar ao ar (1 Co 14:9);
17. Quem fala em línguas deve procurar progredir, para que possa contribuir para a edificação da igreja, para tanto, deve orar pedindo a Deus o dom de interpretação (1Co 14: 12,13), ou alguém na congregação que tenha este dom (1 Co 12:30);
18. Quando oramos em línguas, nosso espírito ora, mas nossa mente fica infrutífera, isto é, sem intervir no que está sendo dito, por isso é importante a interpretação pessoal ou de terceiros (1 Co 14:13,14);
19. Devemos orar com o espírito e também com a mente, para que tenhamos edificação da alma e do espírito (1Co 14:15);
20. Podemos falar pra pessoas desde que haja interpretação simultânea, orar e cantar em línguas espirituais (1 Co 14:13-15);
21. Quando não há interpretação das línguas, apenas o que está falando recebe edificação espiritual (1 Co 14:16,17);
22. Não havendo interpretação das línguas, aqueles que não as entendem ficarão impedidos de concordar com o que falamos, e consequentemente serem edificados (1 Co 14:16,17);
23. Existem pessoas que falam em línguas, mais do que outras (1 Co 14:18);
24. Na igreja, a prioridade é que falemos em línguas que todos entendam, isto é, idiomas conhecidos, para que haja edificação do corpo, a não ser que haja interprete que socialize o conteúdo das línguas (1 Co 14: 19);
25. As línguas são um sinal para os incrédulos, chamando a atenção dos mesmos para o sobrenatural de Deus (1 Co 14:22);
26. O falar em línguas coletivo e simultâneo em condições normais, gerará confusão na mente do não crente, pois não entenderá o que está acontecendo ( 1 Co 14: 23);
27. No culto comunitário, no máximo duas ou três pessoas devem falar em línguas para o público, sucessivamente, havendo interprete (1 Co 14:27);
28. Não havendo interprete, aquele que fala em línguas deve continuar falando consigo mesmo e com Deus (1 Co 14:28);
29. O uso do dom de línguas não deve ser proibido e sim orientado, pois tudo deve ser feito com decência e ordem (1 Co 14:39,40).
Veja como a Bíblia é rica em orientações quanto ao bom uso do dom de línguas e seus benefícios. Desta feita, não se deixe intimidar pelos críticos e nem pelo medo de errar. Antes, procure estudar o tema a luz das Escrituras e faça os devidos ajustes na maneira de utilizá-lo.
Não espere que todos concordem com a existência e utilização deste dom em nossos dias, apenas desfrute do que Deus lhe deu, sempre visando a edificação pessoal e da igreja, pautando seu procedimento na palavra de Deus, agindo com ordem e decência.
Se alguém vier lhe criticar ou debater, o melhor a fazer é evitar, afinal, você sabe o que recebeu de Deus e pelas Escrituras saberá como bem usar. Caso alguém venha lhe procurar, trazendo orientações ou correções, seja humilde e haja fundamentado no amor, pois sem ele, suas palavras serão infrutíferas.
Caso você tenha o dom de línguas não se ache melhor do que os outros. Por outro lado, se você não tem este dom, não se sinta inferior a quem tem. Cada um recebe de Deus os dons que Ele quer conceder, sempre visando a glorificação do Seu nome, a edificação da igreja e a salvação de vidas. Você, com certeza, tem outros dons que também são importantíssimos para o corpo de Cristo.
Quanto aos críticos, e suas críticas, o melhor a fazer é evita-los, pois tais debates não glorificam a Deus. Cada um viva na fé que tem e Deus julgará a todos. Seja fiel, ao invés de julgar a fidelidade do outro. Cada um viva conforme o que já alcançou.
Deus te abençoe no bom uso do dom de línguas!!