10 de abr. de 2013

Não alimente a desgraça


                             Segundo a ONU, um terço da população do mundo vive na miséria ou extrema pobreza. Sabemos que por trás desta situação existe muita corrupção, exploração e oportunismo de pessoas e sistemas  malignos que um dia prestarão contas a Deus de tudo que fizeram, mantiveram e promoveram, contudo, para mim existe algo pior do que o fato das pessoas serem pobres e miseráveis, acompanhe a reflexão a seguir.

Entendo que pior do que as pessoas serem pobres, limitadas e impossibilitadas  de  algo, é encontrarmos indivíduos esclarecidos, conscientes do que é certo, contribuindo  para  que o estado de miséria perdure, sem que haja nenhum esboço de reação e busca por mudanças significativas e duradouras. As  ações equivocadas, ou até mesmo a omissão, daqueles que deveriam ser formadores de novas opiniões,   termina  favorecendo a situação de calamidade  e a permanência dos indivíduos e grupos em cativeiros emocionais, conceituais, sociais e espirituais, mantendo-se a mercê de pessoas mal intencionadas,  que as explorarão ainda mais.

Fico impressionado com as palavras de alguns líderes (professores, pastores, padres, pais, políticos, etc.) em relação as dificuldades de seus liderados, pois, ao invés de ensinarem e estimularem mudanças, alimentam, nutrem, contribuem para a manutenção e desenvolvimento da cultura da miséria, já que  a miséria visível  é apenas a manifestação da miséria invisível, que está arraigada nos meandros da alma humana e da cultura de uma sociedade.

A princípio a postura de “piedade dos coitadinhos” pode até parecer amor, mas na verdade, apenas  alimenta a ausência de busca e crença  na verdadeira manifestação do amor de Deus apresentada nos Evangelhos, pois Jesus não apenas dava comida, curava, expelia demônios, perdoava pecados, etc., mas também ensinava princípios transformadores, dava exemplo de trabalho  e  mandava que as pessoas voltassem  à  vida  e  à  família, como testemunhas do que Deus havia feito e poderia fazer nelas e através delas.  

Precisamos ser líderes(influenciadores)  que inspiram os liderados(pessoas que se deixam influenciar) a mudar de vida  e mudar a vida, através do estudo, do trabalho, do empreendedorismo, da fé. Devemos  estimular a luta por mudanças e conquistas, devemos procurar meios que viabilizem as mudanças de atitude interior e exterior, para não sermos alimentadores da cultura da desgraça, como se isto fosse vontade de Deus.

Na Bíblia encontramos pessoas que embora fizessem parte de pequenas famílias (Gideão, Paulo) , apresentassem defeitos ou limitações físicas (Mefibosete, Moisés) , fossem  rejeitadas (Jefté, José), tivessem suas vidas mudadas por palavras e oportunidades proporcionadas por Deus e por seus enviados.

É necessário  estimularmos as  pessoas verem além do óbvio, do lógico, do comum. Se  queremos o bem do povo, não podemos deixá-lo entregue a miséria da alma, a mercê dos abutres sociais que vivem do sofrimento e  morte dos outros, mantendo e multiplicando a postura de dependência, escravidão, exploração e conformismos.

Líderes cristãos, ajudemos as pessoas, ensinando a verdade sobre o Deus de toda graça, que abençoa , resgata, restaura e nos faz assentar entre os príncipes do Seu povo.

“ Quem há semelhante ao SENHOR, nosso Deus, cujo trono está nas alturas,  que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra?  Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado,  para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.” (Salmos 113:5-8 RA)

Pr. Almy Alves Junior



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.